terça-feira, 27 de dezembro de 2011

LOVERS (PARTE II)

Ela sentiu o coração dele disparar. Rodrigo ainda estava em cima dela , imóvel, sem saber o que fazer.

Toc toc toc
-Luana, Luana, está acordada? (ouviu a voz de Josi.)
Com vontade de responder " Sim. Rodrigo e eu estamos bem acordados!" (Ela sentiu algo ainda rígido entre suas pernas), apenas respondeu: - Oi. Agora estou! - disse em tom irônico.
- Acordei agora para ir ao banheiro e não achei o Rodrigo, pensei que...
- Josi, deve ter acontecido alguma coisa. Tentou ligar no celular dele? ( Luana percebeu que Josi tentava abrir a porta).
- O celular dele está aqui!

Luana, já sem idéias, olhou para Rodrigo que nesta hora já assumira um tom vermelho na pele, o emppurrou para o lado, levantou , ajeitou a calcinha, jogou o cobertor por cima dele e destrancando a porta, correspondeu-se com Josi apenas por uma brechinha.
- Deve ter saido pra resolver alguma coisa. Já olhou no banheiro? Já já ele deve estar de volta. Acalme-se. Vamos dormir.
- Estou assustada!
- Não há o que fazer. Temos que esperar. Já tentou ligar para o tio?
- Mas são quase 5h da manhã. Meu sogro a esta hora está dormindo. Não quero preocupá-lo.
- ok. Vou vestir uma roupa e saio para decidirmos algo.

Luana tornou a fechar a porta e sussurou para Rodrigo. - Vou dar um jeito nisso. Você me deve uma.E, ah, excelente escolha. Sua namorada é ainda menos esperta do que pensei.
Transtornado, ele só conseguia balançar a cabeça concordando com ela.
Saiu do quarto e sem avistar Josi, correu para sala, pegou a chave de Rodrigo e a escondeu no bolso do short. Josi chegou logo atrás se desculpando por ter acordado Luana.

-Ok. Não se preocupe.
- E então. O que faremos? Pensei em ligar para polícia.
- Enloqueceu? Vamos fazer o seguinte. Vamos tomar um banho rápido e sair. Podemos questionar ao porteiro se não viu nada e depois vamos procurá-lo. O que você acha?
- É. Pode ser. Precisamos ser rápida.
- Ok. Eu uso o banheiro dos fundos. Vamos acelerar.

Josi correu para o quarto e voltou com algumas roupas e toalha. Luana aguardou o momento em que ela entrou no banheiro e bateu a porta.

- Sua chave! Nos espere sair para te procurar e ligue depois de um tempo no celular dela avisando que você já está em casa.
- O que vou falar...quer dizer...onde eu estava?
- Ah sei lá..pensa em alguma coisa,..que você esqueceu a carteira na festa e foi buscar. Deixa eu ir que ainda tenho que encarar um banho...

Rodrigo puxou a prima e a beijou em forma de agradecimento.Ela já impaciente, virou - se e saiu do quarto.

...

- Pelo amor de Deus. Por onde você andou?
- Oi amor. Me perdoa. Esqueci o celular em casa. Sai tão atordoado atrás da minha carteira que não me preocupei em levá-lo comigo.
- Carteira? Como assim?
(Luana no banco do passageiro pensava " não consegue nem inventar uma desculpa sozinho" rs)
- Venha para casa. Te explico quando chegar.
- Ok. Estamos indo. Ah, sua prima esta comigo.
-Ahn,..é..jura...pensei que ela estivesse no quarto dormindo.

...

Josi ficou exausta só de ouvir toda a história. A preocupação com Rodrigo trouxe a ela uma cansaço mental exagerado.
-Ok Rô. Vou aproveitar que já amanheceu e vou em casa arrumar algumas coisas e buscar mais roupas. Vamos para a fazenda hoje, certo? Seu pai nos espera.!
- Claro amor. Vamos sim. Não demore pra voltar.

Luana virou as costas para a conversa na sala e dirigiu-se ao quarto. Ressaqueada, jogou-se na cama e tentou dormir até que...
- Luana, abre a porta. Ela ja foi. É o Rodrigo. Precisamos conversar!
(Jura?) Treinando sua boa vontade, levantou-se e abriu a porta.
- Muito obrigado! Você é um gênio. (Passou os braços pela cintura dela). E então? Vamos para a fazenda? Podemos terminar o que começamos lá. O que acha?
- Bom..Podemos. Dispense-a!!!
-Hãn?
-É isso. Podemos ir sim. Mas não quero que ela vá.
- Como farei isso?
- Quer que eu invente essa desculpa pra você tambem? Você está em dívida comigo.

Com raiva e envergonhado, Rodrigo saiu do quarto.
Luana resmungou: "Se quiser, vai ser assim!"

Ela olhou pela brecha da porta e o viu pegar o celular e discar.
(Espero que seja para ela...espero)

Soon - Parte III

sábado, 10 de dezembro de 2011

LOVERS (Parte I)

Ansiosa para chegar, olhava pela janela do avião imaginando as surpresas que encontraria na festa de formatura de sua prima mais velha. Já estava tudo combinado Chegaria no aeroporto, iria direto para casa de um tio distante e iniciaria o processo de produção para a festa.
O vestido preto, trançado nas costas e com um belo decote nos peitos estava pendurado num cabide e apoiado num canto do avião. Fez uma passagem mental- rápida- em torno do que havia trazido: Sapato, maquiagens, calcinha, um jeans, blusinhas, top, enfim...tudo certo. Não havia esquecido nada.

(Atenção tripulação, preparar para aterrizagem)

O frio na barriga compareceu e ela apertou o cinto e começou sua oração de costume para a descida.
Já no saguão do aeroporto, passou os olhos rapidamente pelas pessoas que aguardavam aqueles que desembarcavam, mas a figura de seu tio não apareceu.

-Ei , prima!
-Ei...que bom que você veio me buscar. Estava procurando por seu pai.
-Nossa! Como você cresceu!
(ela sentiu que os olhos do primo devoraram todo seu corpo, não mais de menina, apesar dos 16 anos)
-Pois é. Tenho me alimentado bem.
- Hahaha. Você continua com um ótimo senso de humor. Vamos! Te ajudo com a mala. O carro está logo ali.

Seguiram rumo ao estacionamento talvez com os mesmos pensamentos. Ela também havia o enxergado de forma diferente. Haviam anos que não se viam e com toda a certeza naquela época, ela jamais se interessaria por qualquer outra coisa que não fosse suas bonecas.

- E então, como estão todos? pais, irmão, escola...
-Todos bem. E os seus? Soube que está noivo? Eu a conheço?
- Pois é. Estou. Não não...

E o silêncio reinou por um tempo até o celular dele tocar.

-Alô....ok...já peguei minha prima no aeroporto.....que hs te pego?... ok... vou matar um pouco o tempo até dar a hora de te buscar....bjo

- E então. Preciso buscar  a Rosi, minha noiva, no trabalho. Ela irá se arrumar lá em casa para irmos a festa. Ela trabalha aqui perto. Se importa de rodarmos um pouco até dar a hora dela sair do trabalho?
- De forma alguma. (que saco,vou ter pouco tempo para me arrumar).
- Tem um lugar bacana que gosto muito de ir para comer um cachorro quente. Vamos?
- Claro.

Pararam num morro e já estava quase anoitecendo. Ela ficou encantada com a vista. As luzes da cidade já brilhavam e lá de cima era possível ver quase toda a cidade.
(É lindo - ela pensou).

-Vai um cachorro ai?
- ah, não obrigada. Comi no avião.

Sentaram num banquinho e enquanto ele mastigava, ela continuava admirando a vista da cidade.

- E você?
- Eu o que?
- Noiva não esta. Mas, esta namorando?
- Não. Na verdade, terminei o namoro há  duas semanas.
- Hum. Então hoje poderá aproveitar bem a festa.
- Ah , claro, com certeza. Não vejo a hora de encontrar as meninas.
- Legal.

Voltaram a admirar a vista e ficaram em silêncio por um bom tempo. O tempo fez com que parecessem dois estranhos. Mas, ela sentia por vezes o primo a olhando. A noite caiu e desta vez ela resolveu puxar a conversa.

- Já não esta na hora de buscarmos sua noiva? Você sabe que nós mulheres precisamos de pelo menos uma hora na frente do espelho antes de irmos para uma festa, né?!
- Claro. Vamos!

A tal da Rosi entrou no carro e parecia um papagaio. Entrou cuspindo palavras e quase se esqueceu de cumprimentar a prima torta. Após meia hora de engarrafamento, conseguiram chegar no apartamento do tio  (que a esta hora já havia ido para a fazenda).
Rodrigo, o primo quase desconhecido, mostrou o cômodo e o banheiro. Aliviada, ela entrou no quarto, trancou a porta, e se soltou na cama tentando descansar um pouco da viagem. Calculou as horas e programou-se para o banho e para arrumar-se. Cochilou.
Acordou com o celular tocando e percebeu que também já era hora de se apressar.
- E ai garota. Chegou?
-Sim. E você?
- Também. Onde está.
- Na casa do tio Oscar. E vocÊ?
- No hotel. Tio Oscar vai na festa ?
- Claro que não. Ele já partiu pra fazenda. O Rodrigo e a noiva vão. Vou com eles.
- Ok. Leva roupa e deixa no carro porque você pode vir ficar comigo no hotel.
- Beleza garota. Até daqui a pouco. bjo
- bjo

Tirou a roupa, embrulhou-se na toalha , abriu a porta e viu que não havia ninguém no corredor. (ótimo!)
Atravessou correndo e quando se aproximou da porta do banheiro , ela abriu e Rodrigo saiu rapidamente quase atropelando a prima.

-Meu Deus. Desculpa. Não vi você.
- Sem problemas. - Disse ela envergonhada, com pressa e segurando firme a toalha.

Depois do incidente, o banho foi recheado de pensamentos que envolviam o novo (velho) primo.

Prontos para a festa, Luana notou novamente o olhar de Rodrigo sobre ela e seu corpo esquentou, envergonhado.
...
A festa estava linda e a formanda ainda mais. Assim que entrou no salão, deu tchau com os olhos para o primo e a noiva que ainda falava pelos cotovelos. Ele retribuiu o olhar mas a cara não era de satisfeito.
O garçom passou e ela já pegou a primeira taça de champagne  e foi de encontro a prima Carol.

-Garota, você demorou!
- Eu ou a tagarela da noiva do Rodrigo?
As duas olharam para trás e viram distante a noiva (pra variar falando) e Rodrigo mais sério que o de costume. Ela percebeu que ele também olhava para elas, mas deu de ombros e puxou Carol para a pista de dança.
Beberam, fumaram, riram e dançaram o tempo todo. Cansada, resolveu sentar-se um pouco mesmo sem a companhia da Carol. Porém,  não ficou só por muito tempo.

-Tudo bem com você?
- Sim. Cansada só - tirou as sandálias.
- Qual seu nome?
- Hã...Luana.
- Luana...hum...Thiago.
Ela sorriu para ele e enxergou sua prima Carol fazendo sinal para ela pular no pescoço da nova companhia.

- Ia te chamar para dançar mas, acho que você está cansada demais para isso certo?
- rs. com certeza!
- Quer uma bebida?
- Na verdade, acho que já esta na hora de parar. Bebi demais e já vejo algumas coisas rodar. (inclusive o..)

-Oi Rodrigo.
- Já está na hora de ir. O que acha?
Olhou para o Thiago, procurou a Carol na pista e voltou a olhar para o primo, já mal encarado.
-Hum...já? Ah, me esqueci, acho que vou para o hotel com a Carol.
- De forma alguma. Vai fazer a disfeita de ficar lá em casa? Meu pai vai se chatear.
- Ah Rô..mas o tio nem esta em casa.
- Vamos Luana. Já está na hora. A Josi já esta dormindo no carro.
( Meu Deus...que saco. Agora tenho um irmão mais velho)
- Ok. Vamos.
- Thiago, foi um prazer. Espero poder te encontrar de novo e terminar nossa conversa. Fico te devendo uma bebida e uma dança , ok. - Provocantemente ela piscou para o novo colega e saiu sem esperar pelo primo.

Rodrigo a alcançou e disparou:
- Você estava mais bonita quando chegou!
- Obrigada. E você esqueceu de me dizer que eu estava bonita quando cheguei.
- Você bebeu demais.
- E você de menos.
- Hahahaha. Estou dizendo só o que vi.
- Ah é. Me vigiou durante a festa toda?
- Por que? Não posso ?
- Não preciso!
- Mas eu preciso!
- De alguém que te vigie?
- Não. De te olhar.

Ela parou, olhou pra ele e vermelha, resolveu seguir para o carro. Josi já no seu vigésimo sono, roncava no banco de trás. ( Meu Deus, ela faz barulho até dormindo).
Sem escolha, entrou no carro e sentou no banco da frente. Preferiu ficar olhando pela janela para evitar o olhar de Rodrigo. Atravessaram a cidade (ou pelo menos parecia , pois demoraram muito para chegar) totalmente em silêncio.

Sonolenta, Josi foi a primeira a entrar no apartamento e foi direto para o quarto. Rodrigo esperou a prima entrar e trancou a porta enquanto olhava Luana ir para o quarto. Ela entrou, fechou a porta e por segurança a trancou. Arrancou a roupa rapidamente, pois ja via o quarto rodar e caiu na cama sem tempo para o banho, ou para vestir-se.
Ela não fazia a menor idéia quantas horas haviam passado quando acordou morta de sede. Convenceu-se que precisa buscar água. (Droga!) Olhou em volta e procurou algo para vestir. Pegou uma camiseta e achou que já estava bom.
Abriu a porta e silenciosamente seguiu para a cozinha. Pronto! Um desafio: achar o armário dos copos! A cozinha não era grande mas, haviam tantos armários que ela pensou em beber água na garrafa mesmo.
Abriu a geladeira e ouviu alguns passos. Decidiu apressar-se e pegou a garrafa da geladeira e apoiou na pia já procurando um copo. Os passos parecerem mais próximos e ela temeu que tivesse acordado alguém.
Foi puxada fortemente pelo braço e quando se deu conta estava a centímetros da boca dele. Ele a encarou por alguns segundos e a beijou com a mesma força que apertou seu braço. Ela se largou nos braços dele e se deixou levar por aquele beijo.
Ele a carregou nos braços e a levou para o quarto de visitas como se não houvesse mais ninguém no apartamento. Luana quis perguntar sobre Rosi mas, preferiu não estragar o momento. Já no quarto, Rodrigo delicadamente a colocou no chão, mas com grosseria a empurrou para a cama. Ela sentiu uma mão dele subindo por baixo da camisa e a outra puxando sua calcinha. Ela cravou as unhas nas costas do primo e o apertou fortemente contra o corpo dela enquanto o beijava.
Ouviram um barulho. Assustados, pararam e ficaram imóveis. Ouviam apenas as respirações ofegantes de ambos, após a empolgação do momento. Tentaram se concentrar para entender o que havia acontecido. Mas, o barulho parou. Respiraram um pouco mais aliviados.... se olharam, sorriram um para o outro e se beijaram lentamente.
Bateram na porta...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

DESDOBRAMENTO!

Tinha tanto a ser dito que nada saiu. Permaneceu calada e a raiva tomou forma, pois sabia que quando ele fosse embora, tudo que deveria ter falado viria à tona... em vão. Mesmo assim, baixou a cabeça e esperou ele finalizar a conversa cheia de abobrinhas e coisas insignificantes. Por outro lado, acreditou que talvez também seria em vão falar, já que não o achava tão capaz de compreender seus sentimentos. Quando percebeu, estava pensando longe e já estava sozinha. Ele se foi!
A raiva apareceu e ficou maior ainda por não ter sido descontada em quem realmente merecia. Então, ela ficou por ali mesmo...pensando, sentada na grama e esperando alguma atidude própria...que não veio até o anoitecer.
Começou a se preocupar com o perigo da noite, mas ainda assim não tinha ânimo ou estímulo para levantar-se e seguir. Acendeu mais um cigarro e se deu conta de que era o último. (Pronto! Já tenho um estímulo- pensou). Encostou-se na árvore e olhou pro céu.
Um barulho próximo a fez perceber que não estava mais sozinha e no susto, se deparou com um homem. Um homem engraçado! A roupa era estranha, os acessórios mais ainda... e tinha também uma carta na mão.
-Não precisa se preocupar. Não te farei mal algum.
Ela permaneceu muda...
Ele estendeu a mão e entregou a carta de baralho para ela.
Pegou a carta e levantou-se olhando fixamente para olhos tão verdes que ficou confusa se o conhecia ou não.
Sentiu que ele passou os braços por sua cintura e de repente, ela não tocava mais o chão.
Estavam voando! Era possível? Claro que não! E então, ela teve certeza que precisava acordar daquele sonho louco. Mas, era tão gostoso voar, era tão mágico...que se deixou levar por aquele momento maluco e maravilhoso.
Não foram a lugar algum. Apenas voaram por kilometros sem pensar em nada. Não conversaram, não movimentaram as mãos, não sorriram, apenas se olharam. Ela podia jurar que já voava há horas mas, o sol não vinha, não nascia.
Tudo permaneceu calmo, tranquilo, sem maiores surpresas (se é que não se pode chamar isto da mais pura surpresa). Não via nada...não enxergava as casas, as ruas, pessoas e também não via o escuro. Era algo como apenas um céu infinito iluminado por estrelas. Apenas ele, aquele homem estranhamente engraçado e de olhos marcantes e ela, que já não sabia mais quem era. Mas, sabia que a qualquer hora tudo aquilo acabaria e então entenderia que tudo não passava de mais um sonho bom.
Já não lembrava mais de toda aquela raiva que guardará por não contar o que realmente queria ao seu namorado. E só por este fato, já valia a pena. Mas conscientemente entendia que quando acordasse, teria que encarar a realidade e dizer o que precisava ser dito. Por hora, preferia não pensar em tudo aquilo e decidiu se jogar para o sonho.
A hora de voltar se aproximou e ela sentiu que estava o perdendo. Sentiu que ele a levava para o mesmo lugar de onde a encontrou. Ela apertou fortemente o pescoço dele imaginando que desta forma ele não a pudesse deixar, mas sentiu o chão novamente sob seus pés.
Ela olhou pra ele tentando decorar a cor que via dentro daqueles olhos e ele sustentou o olhar. A realidade começou a vir a tona, sentiu o chão novamente e a boca também pois recebia um beijo caloroso naquele exato momento. Ficou extremamente agitada, pois o beijo estava tão mais próximo da realidade, já que esta insistiu em aparecer. Então animou-se em pensar que teria o beijo mesmo que acordasse daquele sonho... Enquanto mentalizava a necessidade de ter aquela boca, aquele beijo, deixou-se envolver por uma mão que agarrava seus cabelos e a puxava para mais próxima dele...passou as mãos novamente em volta da cintura dele e sentiu que ainda segurava a carta de baralho.
Abriu os olhos, acordou! A sensação era boa, era leve...Sentia que realmente havia vivido aquele sonho, mas tinha a consciência do impossível.
Levantou-se para um bom banho e lembrou-se preguiçosamente dos leões que mataria aquele dia. Entrou debaixo do chuveiro, fechou os olhos e só abriu ao perceber um barulho diferente do que era normal ao  ouvir a água ao cair no chão.
Olhou para baixo e se deparou com uma carta...uma carta de baralho...Era um sete...de COPAS!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Vontade de você!

A vontade veio como uma onça que ataca sua presa! Incontrolável!!! Algo como impossível de não acontecer!
Ela vestiu algo parecido com o que se pode chamar de vestido! Apenas isso! Nada mais!
Pegou o carro e dirigiu com a mesma voracidade das garras na pele de um animal! Chegou, finalmente, onde queria...
Puxou ele pelo pescoço e deu um beijo interminável! Na mesma hora, descia a mão para o que deseja a tempos! Apertou com toda a forca que conseguia! Devorou como uma onça faminta! Como uma onça que a tempos não caçava!
Satisfeita, olhou dentro daqueles olhos marcantes e se virou!!!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

PRECISAVA TANTOOOO....

Ela acordou de um sonho que não queria acordar. Fechou os olhos...Tentou dormir de novo. Rolou na cama. Sentiu o cheiro dele! Fechou os olhos novamente e se deu conta de que precisava levantar.
            A cabeça girava...de ressaca...de dúvidas...de muita confusão. Sentia-se tomada pela tristeza e pela falta de vontade de fazer qualquer coisa. Não queria trabalhar...não queria comer...não queria nada. Talvez tivesse sobrado ânimo para fazer as malas e sair da cidade. Foi o que fez! Largou a casa de seus pais e voltou para sua cidade. Foi cedo. Nem quis esperar o almoço de tanta angústia que carregava.         
            Fumou metade de uma carteira de cigarro na estrada e não conseguia se concentrar na conversa de sua prima que não parou um minuto de falar. Ela sabia que era uma tentativa de distraí-la mas, não estava funcionando. Aumentava o som do carro a cada tentativa que a prima tinha de dialogar. Percebendo, resolveu dormir e deixá-la em paz.
            Como da última vez, os pensamentos falavam mais alto que qualquer outra coisa. E o estômago começava a incomodar por conta de uma gastritezinha nervosa. Era uma mistura de raiva, indignação, impotência, saudade, amor, ódio, desprezo....
            Já em casa, se embriagou de vinho e recusou qualquer outra coisa. Esperava um sinal, uma ligação, uma mensagem e nada. Queria dormir às 16hs e acordar só no dia seguinte mas não conseguiu. Ao invés disso, passou a noite em claro. Chegou a ver pela janela de seu quarto uma mulher sofrendo na mão de um homem e não esboçou nenhuma reação como era de costume.
            O dia amanheceu e o mal humor tomou conta dela. Estava estressada, cansada, com raiva e tinha a certeza de que se não amasse tanto não estaria assim. E isso alimentava a raiva dela...
            Precisava tanto...precisava dele e ao mesmo tempo precisava esquecê-lo...para se proteger!!!

terça-feira, 12 de abril de 2011

CONCEITUANDO...

Anestesia (do grego antigo αν-, an-, "ausência"; e αἲσθησις, aisthēsis, "sensação") tradicionalmente significa a condição de ter a sensibilidade (incluindo a dor) bloqueada ou temporariamente removida...
"ausência de consciência reversível"...
Anestesia é um estado farmacologicamente induzido de amnesia, analgesia, perda de responsividade, perda de reflexos musculares esqueléticos e diminuída resposta a estresse....

HEHEHEHEHE!

ANESTESIA...

Recebeu uma mensagem no celular! A mensagem causou um efeito de “frio na barriga”. Não hesitou! Respondeu, dando continuidade a mais uma série de mensagens no restante da noite. Ela sem a presença dele naquela festa, era só mais uma mulher. Mas, ali não. Naquele momento, ela era uma mulher decidida, cheia de intenções e com um brilho no olhar. Estava até muito simples. Mas, o brilho no olhar (por causa dele) chamava atenção de outras pessoas.
Ela não estava nem um pouco interessada em outros homens ou até mesmo mulheres. Ignorou olhares, indiretas e elogios que não vieram dele. Disfarçou, ou pelo menos tentou, seu interesse por ele a noite toda. Chegou a fingir que não estava se importando com a presença dele na festa mas, sempre tão seguro, ele sabia que não era real. Passou a festa inteira evitando estar nos mesmos lugares para não levantar nenhuma suspeita, mas acompanhou cada passo dele. Ele estava perfeito naquela noite e também, dançou a noite inteira! Talvez com todas as mulheres da festa. Ela fingiu não se importar. Talvez não estivesse se importando mesmo com as danças, mas o fato de estar sendo ignorada (mesmo depois das mensagens) mexeu muito com ela. Por que ele fazia isso?
Chegaram a fumar um cigarro juntos. Por convite dela. Mas, não passou disso.
 De repente, ela se via contando as horas para que a festa acabasse. Não porque queria ir embora, mas a estratégia de voltar com ele para casa já havia sido lançada. Bebia mais rápido. Não por ansiedade, mas, por vontade de tornar aquela festa algo mais intenso, como tudo em sua vida.
Luzes acessas, som baixo, bêbados derrubando coisas, mulheres roubando doces e ela tentando ter mais uma dose de bebida. Era a hora de ir embora. Ela tinha outras caronas e amigas querendo ser acompanhadas, mas não queria ir com eles e ele também não deixou.

- Quero um cigarro!
- Eu também!
- Vamos comprar?
- Vamos!

Pronto! Já tinham uma meta! Comprar um cigarro.
Ela estava sob efeito das doses de vodka e neste trajeto conversaram bastante. Conversa essa que ela não conseguia se lembrar no dia seguinte. Ai, o dia seguinte...no dia seguinte ela se lembrou do importante: do beijo, antes mesmo de comprarem o cigarro. Ela não conseguia ler os pensamentos dele, mas ela tinha certeza de que não agüentava mais esperar por este momento. A sensação é que havia esperado por este beijo há anos. Mas alguma coisa naquele momento a incomodava: Ah, o cinto! Tirou o cinto para poder continuar aquele beijo tão gostoso. Nesta hora, já não se sentia mais tão alcoolizada. Foi como se antes estivesse anestesiada e de repente, ou melhor, por conta de um beijo estivesse acordado. Achou perfeito! Parecia que tudo se encaixava agora. Até a certeza de que gostaria muito daquele beijo.
Compraram o cigarro! Acenderam um no outro, literalmente! Não porque não tinham outra coisa pra fazer mas, precisavam conversar. Havia muito a ser dito mas, desta parte em especial, ela queria fugir. Tinha medo, receio e já sentia uma pequena dor de pensar aonde tudo aquilo iria acabar, afinal ela não queria que acabasse algo que tinha acabado de começar. Mas as conversas foram inevitáveis! Depois de ter passado o efeito da anestesia, ela conseguia lembrar de cada palavra dita por ele. Ela não conseguia dizer/falar muito. Talvez não conseguiria falar por muito tempo por estar tão confusa, com medo e...feliz! Com não ser confuso? Uma mistura de sentimentos e desejos!
Por fim, pararam em algum lugar. Ela ignorou qualquer possível problema: o perigo da madrugada, o horário e a possibilidade de querer ir além do que realmente podia. Os beijos se tornaram mais fortes...mais quentes. A vontade se acentuou e os desejos deixaram de ser desejos e naquele instante começaram a ter formas reais. Ela precisava e queria senti-lo, mas, ainda não era a hora. Mesmo assim, ela queria ignorar esta decisão racional. Não era muito a cara dela  manter o racional comandando neste tipo de situação. Não podia ainda senti-lo da forma que queria mas, precisava tocá-lo e freqüentemente precisava atacá-lo. E gostava imensamente da forma que ele pegava seu cabelo, para ser mais exata, puxava seu cabelo..Gostava do beijo, do cheiro, do cuidado que ele tinha com ela e ao mesmo tempo a agressividade da vontade, gostava das palavras que ele dizia e principalmente da imaginação de onde tudo aquilo daria. Aquele beijo parecia ser o melhor que já havia experimentado até hoje. Não sabia dizer se essa afirmação era verdade. Mas, naquele momento era o melhor.
As horas passaram...precisavam ir...a dor voltou com o medo de que um dia tudo aquilo acabaria. Guardou por tanto tempo aquele desejo, aquela vontade, aquele amor...Amor? Amor sim! Que veio se desenvolvendo de uma linda amizade e que ela torcia para que este amor não se transformasse em um amor maior. Ela não queria correr riscos. Ela não queria se arrepender de alguém que a fazia tão bem!!!
Virou-se , abriu o portão, olhou pra ele e despediu-se sem a certeza de quando o veria de novo mas, com a certeza de que queria que fosse o mais rápido possível.
A noite acabou! Amanheceu...